Gestores de núcleos de acessibilidade se reúnem em evento na UFMG
Encontro também vai celebrar os 10 anos de criação do NAI

A UFMG sediará, nos dias 10 e 11 de abril, a 1ª Reunião de Gestores de Núcleos de Acessibilidade das Universidades Federais. A programação prevê uma série de mesas em que serão discutidos temas como as implicações do Programa Nacional de Assistência Estudantil (Pnaes), a estruturação dos núcleos de acessibilidade, a avaliação biopsicossocial para a apuração das deficiências, os avanços e desafios na perspectiva discente. As atividades ocorrem no Centro de Atividades Didáticas 3 (CAD 3).
O evento será aberto nesta quinta, às 9h30, pela reitora Sandra Regina Goulart Almeida, pelo coordenador e pela vice-coordenadora do Colégio de Gestores de Núcleos de Acessibilidade das Universidades Federais (Conacessi), Marcelo Santana e Marisa Sacaloski.
Como observa a professora Regina Celi Ribeiro, diretora do Núcleo de Acessibilidade e Inclusão (NAI) da UFMG, a importância do encontro se justifica pela troca de experiências que leva à construção de caminhos comuns entre as instituições, já que as estruturas de atendimento são bem diferentes entre as universidades. "É uma honra receber todos os colegas gestores. Nossa expectativa é fortalecer essa rede que está em construção, fazendo emergir, inclusive, sugestões de políticas públicas destinadas às pessoas com deficiência", acrescentou. Ela informou ainda que os resultados dos debates serão repercutidos, no mês de maio, em seminário na Universidade Federal de Sergipe (UFS).
A reunião é organizada pelo Conacessi. Estarão presentes os coordenadores dos núcleos de 16 universidades federais da região Sudeste.

Dez anos do NAI
No dia 27 de fevereiro de 2025, o NAI completou dez anos de existência. O Núcleo é responsável por propor, organizar, coordenar e executar ações para assegurar e garantir as condições de acessibilidade necessárias ao ingresso, à permanência, à plena participação e à autonomia das pessoas com deficiência no âmbito da UFMG, com vistas a maximizar seu desenvolvimento acadêmico, profissional e social. Suas atribuições incluem, entre outras, a produção de materiais didáticos acessíveis, treinamentos para uso de tecnologias assistivas, monitorias especializadas, auxílios pedagógicos, serviços de tradução e interpretação de Libras, treinamentos para deslocamento por rotas acessíveis e transporte adaptado no campus Pampulha.

Desde 2016, o Programa de Incentivo à Inclusão e Promoção da Acessibilidade (Pipa) apoia os projetos da comunidade acadêmica destinados à promoção da acessibilidade e inclusão. O NAI também oferta regularmente, em parceria com outras instâncias, os cursos Inclusão com atitude e Acolhimento às pessoas surdas na UFMG: da sala de aula aos setores administrativos, além da disciplina Acessibilidade e inclusão no ensino superior, vinculada à Formação Transversal em Acessibilidade e Inclusão.
A partir de 2023, o NAI passou a fornecer aos estudantes da UFMG com deficiência um documento oficial que indica suas demandas específicas de acessibilidade para participar das atividades acadêmicas em condições de igualdade. O “cartão de acessibilidade”, apresentado pelo estudante a gestores e professores, tem a função de aprimorar a comunicação do NAI com órgãos acadêmicos, docentes e servidores técnico-administrativos.
"Esses e outros avanços são fruto de um trabalho contínuo e dedicado de muitas pessoas. Ainda persistem desafios como a busca contínua por recursos para melhorias de acessibilidade arquitetônica, a consolidação de ações em rede que envolvam toda a comunidade, a ampliação das ações de formação e capacitação e o investimento em pesquisas, estudos e debates. Em permanente construção, o NAI é uma obra coletiva, moldada por muitas mãos e mentes, em favor de um futuro mais acessível e inclusivo para a UFMG", registraram as gestoras do NAI, Regina Celi Ribeiro e Daniela Vaz, em artigo publicado no Portal UFMG em fevereiro.

A estudante de Radiologia conhecida como Kau é usuária do programa Somos Parceiros, ferramenta do NAI criada em parceria com a Pró-reitoria de Assuntos Estudantis (Prae) que oferece monitoria diária de duas horas para ajudá-la com as disciplinas. A graduanda contou que, graças ao apoio do Núcleo, sua rotina de estudos passou a ser mais organizada e eficiente, o que favorece sua permanência na Universidade. "Eles não medem esforços para ajudar os alunos que têm alguma dificuldade de aprendizagem. Sou muito grata!", declarou.
O Colégio
Instituído em outubro de 2024, o Conacessi é uma instância da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes). O Colégio é composto por especialistas que assessoram a Andifes na elaboração de diretrizes, metas e no mapeamento das necessidades das universidades nos aspectos relacionados à acessibilidade para estudantes, docentes e servidores técnico-administrativos. Também desempenha papel importante na formulação de políticas públicas para acessibilidade e inclusão no ensino superior.