Reitora agradece a Margareth Dalcolmo empenho na retomada dos transplantes de pulmão no Hospital das Clínicas
Referência no combate à pandemia de covid-19, pesquisadora da Fiocruz participou de banca de doutorado na Faculdade de Medicina e visitou a unidade de saúde da UFMG
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Uma das articuladoras da retomada do serviço de transplantes de pulmão do Hospital das Clínicas (HC), a pesquisadora Margareth Dalcolmo, da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), cumpriu, nesta semana, uma agenda de compromissos acadêmicos e institucionais na UFMG. Na quarta-feira, dia 26, ela integrou banca de defesa do doutorado do professor Bruno Horta, da Faculdade de Medicina, e visitou, na manhã desta quinta-feira, dia 27, o serviço de transplantes de pulmão do HC. A estada em Belo Horizonte foi encerrada nesta tarde em um encontro com a reitora Sandra Regina Goulart Almeida.
“Foi uma visita de cortesia na qual registramos nossos agradecimentos a Margareth, que muito trabalhou em favor da retomada dos transplantes de pulmão pelo HC”, afirmou Sandra Goulart. Como presidente da Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia, Margareth Dalcolmo desenvolveu uma bem-sucedida articulação entre o Ministério da Saúde, a Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh) e a Secretaria de Estado da Saúde para viabilizar a retomada dos transplantes. “O HC da UFMG tem uma equipe muito qualificada que já realiza outros tipos de transplantes, como os de rim, coração e fígado. Existe aqui uma sólida cultura de transplantes”, justificou Dalcolmo.
A retomada dos transplantes de pulmão no Hospital das Clínicas deverá ocorrer nos próximos meses, precedida por um cuidadoso trabalho de preparação. Nesta quarta-feira, por exemplo, 23 profissionais ligados à cirurgia do tórax participaram de treinamento com cadáveres frescos congelados fornecidos pelo Vida após a vida, programa de doação de corpos mantido pela Faculdade de Medicina. O treinamento em cadáveres congelados é uma etapa essencial no processo, especialmente em procedimentos de alta complexidade como os transplantes de pulmão.
Durante a conversa com a reitora, Margareth Dalcolmo defendeu a ampliação da rede de serviços de transplantes de pulmão no país, que hoje está concentrada no Rio Janeiro, em São Paulo e em Porto Alegre. Minas Gerais, por meio do HC-UFMG, pode se transformar no quarto polo brasileiro. Dalcolmo também trabalha para que a região Nordeste viabilize seu centro de transplantes de pulmão. “Essa descentralização é importante, porque barateia os custos para os próprios pacientes, que hoje são obrigados a fazer grandes deslocamentos para conseguir uma cirurgia”, afirmou a pesquisadora.
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Sandra e Margareth também discutiram assuntos relacionados aos hospitais universitários federais e a formação de médicos. A pesquisadora da Fiocruz estava acompanhada do professor Daniel Bonomi, do Departamento de Cirurgia da Faculdade de Medicina, coordenador do Setor de Cirurgia Torácica do HC. A diretora da Faculdade de Medicina, Alamanda Kfoury Pereira, também participou do encontro no gabinete da Reitoria.
Atuação na pandemia
A pneumologista Margareth Maria Pretti Dalcolmo notabilizou-se como uma das principais lideranças brasileiras no enfrentamento da pandemia de covid-19, com destacada presença na mídia brasileira. Por conta desse trabalho e de sua longa experiência na condução e participação em protocolos de pesquisa para o tratamento de tuberculose e doenças respiratórias, ela recebeu, em 2024, a mais alta distinção do Estado francês, o grau de Cavaleiro da Ordem Nacional da Legião de Honra. Antes, foi agraciada com os prêmios Nise da Silveira (2021), da Prefeitura do Rio de Janeiro, e Faz Diferença – Personalidade do Ano (2020), do jornal O Globo, no qual mantém uma coluna semanal.
Margareth é graduada pela Escola de Medicina da Santa Casa de Misericórdia de Vitória, com residência médica em Pneumologia. É doutora em Medicina (Pneumologia) pela Escola Paulista de Medicina, da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Escreveu três livros, entre os quais Um tempo para não esquecer: a visão da ciência no enfrentamento da pandemia do coronavírus e o futuro da saúde, com o qual venceu o Prêmio Jabuti de Ciências em 2022. A obra reúne artigos de sua autoria publicados em O Globo no período mais crítico da pandemia.