Prêmio Jovem Cientista recebe inscrições para edição 2025
A 31ª edição vai contemplar projetos que busquem soluções para as mudanças climáticas

Em diferentes abordagens e linhas de atuação, a pesquisa científica é fundamental para a resolução dos desafios enfrentados pela sociedade brasileira. Há mais de 40 anos, o Prêmio Jovem Cientista dedica-se a impulsionar a pesquisa no país, revelando novos talentos e investindo em estudantes e jovens pesquisadores que inovam na solução desses obstáculos. A cada edição é escolhido um tema relevante para o desenvolvimento científico e tecnológico, em consonância com as políticas públicas do governo federal. Diante da intensificação de eventos climáticos que impactam diretamente o equilíbrio dos ecossistemas, o tema da 31ª edição do Prêmio é Resposta à mudança climática: ciência, tecnologia e inovação como aliadas.
As enchentes no Sul do Brasil, chuvas extremas na Bahia e em São Paulo e a seca que afeta quase dois mil municípios brasileiros (dados de março do Cemaden) evidenciam os efeitos climáticos. A temática visa encorajar pesquisadores a buscar respostas para a mudança climática na forma de soluções de produtos sustentáveis e eficazes para combater desastres, estratégias de resiliência e adaptação a esse cenário de crise.
Para João Alegria, secretário-geral da Fundação Roberto Marinho, a emergência climática é o maior desafio do nosso tempo. “Suas consequências afetam a todos, mas especialmente as populações mais vulneráveis. Diante disso, é urgente fortalecer o papel da ciência, da tecnologia e da inovação como ferramentas para imaginar e construir outros futuros. As respostas só serão potentes se forem coletivas e plurais. Precisamos ampliar o acesso à educação científica e valorizar os saberes que brotam dos territórios, das comunidades e das juventudes brasileiras”, declara.
As inscrições podem ser feitas até as 18h do dia 31 de julho, exclusivamente no site da premiação. Podem ser submetidos trabalhos científicos ou de pesquisa já concluídos, com resultados finais e de caráter individual, acompanhados da documentação específica para cada categoria, expressa no item 2 do edital. Os três melhores trabalhos de cada categoria recebem premiações, extensivas aos orientadores, como laptops, bolsas do CNPq e valores em dinheiro que vão de R$ 12 mil a R$ 40 mil.
Categorias
O prêmio é atribuído a cinco categorias. Estudantes de mestrado e doutorado, mestres e doutores que tenham menos de 40 anos, completos em 2025, podem concorrer na categoria Mestre e doutor. Estudantes do ensino superior ou que tenham concluído a graduação a partir de 1º de janeiro de 2024 e tenham menos de 30 anos podem se inscrever para a segunda categoria. Na categoria Estudante do ensino médio podem concorrer discentes regularmente matriculados em escolas públicas ou privadas de ensino médio, profissional e tecnológico que terão menos de 25 anos em 31 de dezembro de 2025.
Em Mérito institucional, serão premiadas uma instituição de ensino superior e outra de ensino médio, às quais estiverem vinculados o maior número de trabalhos qualificados. Por fim, a categoria Mérito científico contemplará um pesquisador com título de doutor, considerando sua qualificação, experiência, capacidade de formação de pesquisadores e produção científica em área do conhecimento relacionada com o tema.
Os trabalhos serão avaliados quanto ao mérito e à relevância da pesquisa em relação ao desenvolvimento científico e tecnológico do país, aplicação prática, originalidade do conteúdo, contribuição para a área e qualidade do texto. Os resultados serão divulgados até novembro deste ano, por meio de coletiva de imprensa e painel com os vencedores.
Reconhecimento
A última edição do Prêmio Jovem Cientista contemplou o ex-aluno do Colégio Técnico (Coltec) da UFMG Bernardo de Souza Cordeiro, hoje cursando Engenharia de Controle e Automação na UFMG. Vencedor da categoria Estudante do ensino médio, Bernardo desenvolveu um defensivo agrícola sustentável que utiliza mecanismos de segurança inéditos na produção e automação do sistema. Concebido sob orientação do professor Adriano Borges, a solução faz o gerenciamento do processo de produção e se comunica com o usuário a distância, possibilitando a visualização dos dados da produção do defensivo e o controle do dispositivo em tempo real.
Para Bernardo, o prêmio representa o reconhecimento do esforço empregado durante a pesquisa. A conquista também ressalta o nível de excelência da escola técnica, que integra diferentes tipos de níveis de formação, como afirmou o professor Adriano Borges: “Mostramos excelência nos diversos níveis de ensino – médio, graduação e pós-graduação –, o que tem grande relevância para a formação dos nossos alunos.”
O Prêmio Jovem Cientista foi concedido a mais de 194 pesquisadores e estudantes, além de 21 instituições de ensino superior e ensino médio. A iniciativa é do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), em parceria com a Fundação Roberto Marinho, com apoio de mídia da Editora Globo e do Canal Futura e patrocínio da Shell.