Saúde

Faculdade de Medicina busca voluntários para entender efeitos da quimioterapia no cérebro

Efeitos do tratamento contra o câncer devem ser investigados para favorecer o desenvolvimento de ferramentas, humanizar o tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes

Pacientes em tratamento quimioterápico
Paciente em tratamento quimioterápico Foto: Rogério Reis | Flickr Ministério da Saúde

O Centro de Tecnologia em Medicina Molecular (CTMM) da Faculdade de Medicina está reunindo voluntários de 18 a 59 anos para participar de uma pesquisa que pode ajudar a ciência a compreender o efeito da quimioterapia sobre o cérebro. O processo inclui entrevistas e uma série de exames, como avançados procedimentos de imagem, de alta capacidade diagnóstica. Os interessados devem entrar em contato pelo WhatsApp (31) 99723-4160 ou pelo e-mail [email protected]. Para se candidatem, eles devem informar a previsão de início do primeiro tratamento com quimioterapia e terem disponibilidade para se submeter a avaliações presenciais em Belo Horizonte.

Segundo o coordenador da pesquisa, o professor Marco Aurélio Romano-Silva, do Departamento de Saúde Mental, a possibilidade da quimioterapia causar mudanças no funcionamento do cérebro precisa ser investigada "para favorecer o desenvolvimento de novas ferramentas, humanizar o tratamento e melhorar a qualidade de vida dos pacientes”. 

Não podem participar do estudo pacientes que já fizeram quimioterapia, que tenham tumores ou metástases no cérebro, nem aqueles que estejam em tratamento de doenças neurológicas ou psiquiátricas. A pesquisa segue todas as diretrizes científicas e éticas nacionais e internacionais. O participante terá todas as garantias de respeito à sua vontade, manutenção do sigilo e da privacidade. 

Efeitos e incertezas
Estima-se que entre 17% e 75% dos pacientes com câncer enfrentam problemas com a memória, atenção e concentração durante ou após a quimioterapia. Para alguns, os efeitos são passageiros, mas, para outros, podem durar anos. Até agora, não se sabe ao certo como isso acontece e inexistem critérios objetivos ou marcadores biológicos que possibilitem prever ou interpretar o comprometimento cognitivo induzido pela quimioterapia.

Os cientistas acreditam que a quimioterapia pode ativar de forma exagerada as células da glia, cuja função é envolver e nutrir os neurônios. O desarranjo, nesse caso, liberaria substâncias inflamatórias e afetaria a função dos neurônios. 

Para participar

Quem pode?
✔ Adultos, com idade entre 18 e 59 anos
✔ Quem tem previsão para iniciar o primeiro tratamento com quimioterapia
✔ Quem tem disponibilidade para avaliações presenciais em Belo Horizonte

Quem não pode?
✖ Quem já fez quimioterapia 
✖ Quem está em tratamento ou com proposta de radioterapia
✖ Que tem câncer no cérebro ou metástases cerebrais
✖ Quem apresenta diagnóstico de doenças neurológicas ou distúrbios cognitivos

Leia mais no site da Faculdade de Medicina.

Marcus Vinicius dos Santos | Centro de Tecnologia em Medicina Molecular