Internacional

Interessados em pós-graduação, professores de Moçambique visitam Campus Regional de Montes Claros

Estrutura e estágio tecnológico dos programas da UFMG foram exaltados pelos docentes

Docentes de ensino médio de Moçambique vieram conhecer possibilidades de estudo na UFMG e no IFNMG
Docentes de ensino médio de Moçambique vieram conhecer possibilidades de estudo na UFMG e no IFNMG Foto: Ana Claudia Mendes | Cedecom Montes Claros

Professores de diferentes instituições de Moçambique, na África, participaram de um encontro no Campus Regional da UFMG em Montes Claros na manhã desta sexta-feira, 6 de dezembro. Os doze docentes de ensino médio estão na cidade para conhecer possibilidades de aperfeiçoamento profissional, como a pós-graduação. O grupo chegou à UFMG por meio do Instituto Federal do Norte de Minas (IFNMG), responsável pela recepção e acompanhamento dos visitantes.

Os docentes foram apresentados aos programas de pós-graduação da área de Ciências Agrárias. As professoras Sílvia Nietsche, responsável pelo Programa de Pós-graduação em Produção Vegetal, e Luciana Geraseev, que coordena o mestrado em Produção Animal, falaram sobre os processos de seleção, linhas de pesquisa e estrutura dos programas.

Para os professores moçambicanos, as instituições de ensino do Brasil, devido à sua estrutura e ao seu estágio tecnológico, têm muito a contribuir para o desenvolvimento do país africano. “Aqui existem equipamentos e laboratórios de pesquisa muito mais avançados do que os nossos. Aqui vamos aprimorar nosso conhecimento e aprender, para depois replicar, técnicas de produção que serão úteis aos nossos estudantes e ao nosso país”, afirmou Hornelia Sebastião, que leciona no Instituto Médio Agrário de Caia.

Dércia Bango, professora do Instituto Agropecuário Familiar Rural de Manjacaze, disse que será muito importante cursar uma pós-graduação em terras brasileiras. “Além de estar muito avançado quanto às técnicas de produção agropecuária, o Brasil tem foco na agricultura sustentável. Em Moçambique, estamos muito atentos à agricultura sustentável para garantir a produção para as gerações futuras. E as técnicas que usamos hoje ainda destroem o ambiente”, afirmou. Ela destacou que a semelhança entre o clima do Norte de Minas e o de Moçambique pode ser um ponto positivo.

Encontrar caminhos sustentáveis para a agricultura é também, para Almiro Cardoso, do Instituto Agrário de Lichinga, o principal motivo para estudar no Brasil. “Moçambique tem potencial de fertilidade de solos, mas quando usamos produtos químicos matamos a microfauna, degradamos o solo e vamos perdendo a biodiversidade”, salientou.

Intercâmbio
O diretor do Campus Regional de Montes Claros, Hélder dos Anjos Augusto, falou sobre possíveis formas de ingresso em instituições de ensino brasileiras, como a cooperação técnica entre países. “Eu acho que este momento é muito importante para a Universidade, pensando em sua política de internacionalização. E também porque formar quadros técnicos superiores de países em desenvolvimento é de extrema importância, por diversos motivos e até como forma de potencializar as experiências tecnológicas que são desenvolvidas no Brasil”, disse o professor do Instituto de Ciências Agrárias, que nasceu em Moçambique.

Para a coordenadora de Relações Internacionais do IFNMG, o encontro foi especialmente relevante tanto para os participantes quanto para as instituições. “Receber os professores, trocar experiências e contribuir para a formação deles é muito significativo. E essa parceria do IFNMG com a UFMG só tem a acrescentar na formação desses professores, que voltarão para Moçambique com ideias e propostas totalmente diferentes de quando chegaram aqui”, ela disse.

Ana Claudia Mendes | Cedecom Montes Claros