Festival de Verão: narrativas de resistência e oficinas são destaque do fim de semana
Neste fim de semana, 22 e 23 de março, o Festival de Verão reúne atrações gratuitas que conectam o público a diferentes culturas e narrativas de resistência. Estão programadas oficinas educativas, sarau e sessões de planetário.
A 19ª edição do Festival também oferece oficinas sem necessidade de inscrição, como a Histórias da África de A a Z, no dia 22 de março, às 15h, no Espaço do Conhecimento. A contação de histórias de países africanos promove o encontro entre diferentes culturas e a valorização dos saberes do continente, desmitificando a ideia de um continente único e homogêneo. O evento é acessível na Língua Brasileira de Sinais (Libras). A lotação está sujeita à capacidade do espaço.
No domingo, às 15h, o museu vai realizar a oficina Querido museu, que história é essa?, que visa compreender o que são esses espaços, assim como conhecer as obras que geralmente são expostas e problematizar o viés hegemônico branco, colonialista e masculino presente neles. Os participantes poderão criar pequenas maquetes de museus, pensando na narrativa, no propósito e nos objetos de sua exposição.
Cultura de periferia
No sábado, às 17h, o museu recebe o Coletivoz Sarau de Periferia. Referência cultural do Barreiro desde 2008, o grupo promove a poesia falada, a escrita livre e a leitura coletiva por meio da literatura marginal-periférica e suas oralituras em performance. Na ocasião, serão convidados poetas do circuito cultural das periferias para a realização de um tributo a Kátia Leal de Sena, artista e escritora da cena literária de Minas Gerais.
Narrativas de resistência
Ao cair da noite, eu me guiarei pelo brilho dos seus olhos é uma sessão de planetário inspirada na história da ativista Harriet Tubman, que utilizou as estrelas e constelações para guiar pessoas negras escravizadas em suas rotas de fuga nos Estados Unidos. Proposta pelo artista Rafael RG, em colaboração com o professor e astrofísico Alan Alves Brito, a sessão revisita momentos em que o céu se transformou em um mapa de liberdade, estrelas que contam narrativas históricas e pessoais de resistência e esperança. Duas sessões serão realizadas neste fim de semana: no sábado, às 19h, e no domingo, às 16h. Cada uma terá duração de 20 minutos e terá lugar no 5° andar do museu.
Nos dois dias, às 19h30, será apresentado na Funarte o espetáculo teatral O som do mundo desmoronando. Com dramaturgia coletiva, orientada e dirigida por Altemar Di Monteiro, a peça propõe uma experiência sensorial intensa, na qual 23 atores em cena dialogam com o silêncio e um design sonoro envolvente.
Realizado pelo Coletivo Urutau, formado por estudantes da graduação em Teatro da UFMG, o espetáculo foi livremente inspirado nos escritos de Paul B. Preciado e Achille Mbembe. A peça entrelaça narrativas de resistência com as marcas de uma destruição ecológica e humana que pulsa em nosso tempo.
