Lançamento: Editora Selo FaE da UFMG celebra o legado de Neidson Rodrigues com obra inédita

A Editora Selo FaE da UFMG apresenta a obra Neidson Rodrigues: intelectual, professor e gestor, organizada por Eliane Marta Teixeira Lopes, Leôncio Soares e Luciano Mendes de Faria Filho. O lançamento acontece em um momento especial, que marca os 20 anos de falecimento de um dos nomes mais importantes da educação brasileira. A obra está disponível para download no site da Editora Selo FaE.

Esse livro é fruto das discussões realizadas durante o seminário Neidson Rodrigues: intelectual, professor e gestor, promovido pela Faculdade de Educação (FaE) da UFMG no dia 10 de maio de 2023. Dividido em três partes — intelectual, professor e gestor —, o título resgata a trajetória de Neidson Rodrigues, destacando suas contribuições acadêmicas e sua atuação na gestão educacional.

O legado de Neidson Rodrigues

Professor da Faculdade de Educação da UFMG, Neidson Rodrigues se formou em Filosofia pela Universidade de São Paulo (USP), com doutorado em Educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP) e pós-doutorado pela Universidade de Londres. Foi diretor da FaE (1994-1998), coordenou a pós-graduação em Educação e presidiu a Associação Nacional de Pesquisa e Pós-graduação em Educação (ANPEd). Sua trajetória é um marco para a educação mineira e brasileira, consolidando princípios como a gestão democrática e a universalização do acesso à educação.

O olhar de quem conviveu de perto

A obra ganha ainda mais profundidade com as memórias e análises de quem conviveu com Neidson. O professor Carlos Roberto Jamil Cury compartilha momentos marcantes dessa convivência, desde os tempos de doutorado na PUC-SP até os anos na UFMG. 

“Neidson era um crítico da ditadura e apegado às teses de retorno à democracia. Em nossas aulas e encontros, a educação ia desde a temática da reprodução bourdieusiana até as estatísticas de acesso. Mas o Neidson tinha especial atenção para com a temática do poder. Poder militar, poder parlamentar, poder civil. Volta e meia ele trazia Rousseau na discussão. Conhecedor das tramas do ‘coronelismo, enxada e voto’, expunha seus pontos de vista com relação à dinâmica autoritária e vertical da gestão escolar. Obviamente, isso o fazia crítico de tal gestão e as teses de Rousseau e Gramsci o inclinavam a trilhar outros caminhos. Uma hipótese que tenho é que, indiretamente, a influência metodista (próxima ao tema da participação) e o perfil progressista de grupos da Igreja também reforçaram a dinâmica da representação, corroborada pela participação. Daí à gestão democrática, tese defendida pelos educadores da ANPEp (da qual ele participava), foi um passo.

Ademais, ele era um docente e, nos encontros da Análise Crítica da Prática Pedagógica, os mestrandos com presença nas redes de ensino vinham com a temática da gestão. À época, a crítica aos especialistas era muito contundente na medida em que se os via como agentes de uma dominação tecnoburocrática no espaço escolar (que deveria ser democrático)”.

Além de trazer a memória e as ações de Neidson Rodrigues, o livro reflete sobre os desafios históricos da Educação no Brasil, sendo uma leitura essencial para pesquisadores, educadores e gestores que buscam a construção de uma educação mais democrática e acessível.

Assessoria de Imprensa UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG