Instituição implementa os chamados leitos de ultra complexidade em suas Unidades de Terapia Intensiva

O Hospital das Clínicas da UFMG (HC-UFMG), administrado pela Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh), está implementando, nas Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), leitos de ultra complexidade. São leitos que possuem equipamentos de ponta para monitorização e suporte às funções orgânicas de pacientes críticos em pós-operatório de cirurgias complexas, a exemplo dos transplantes. A inovação é voltada também para pacientes onco-hematológicos com complicações graves, pacientes em choque séptico e disfunção orgânica múltipla, e aqueles com síndrome de desconforto respiratório aguda grave, dentre outros.

“Foi realizado um mapeamento, tanto do ponto de vista da mensuração objetiva da gravidade desses pacientes, quanto quantitativamente, do ponto de vista epidemiológico. Desta forma, as aquisições foram feitas com base em dados objetivos que refletem a real necessidade da instituição”, explicou o coordenador médico do Serviço de Medicina Intensiva e do Programa de Residência em Medicina Intensiva do HC-UFMG, Saulo Saturnino.

A princípio, serão de quatro a cinco leitos com essas características distribuídos pelas unidades de terapia intensiva do hospital. Ainda segundo Saulo, a iniciativa não é comum em unidades de saúde do sistema público e privado. “Os recursos tecnológicos que equipam esses leitos permitem a monitorização de parâmetros habitualmente não acompanhados de forma rotineira em UTIs. Esse acompanhamento especial orienta ajustes finos no tratamento, que podem fazer diferença na sobrevida ou no tempo de permanência do paciente”, explicou.

Investimento

Para adequação do parque tecnológico à gravidade e complexidade dos pacientes atendidos nas UTIs, foram investidos R$ 1.910.819,39 em equipamentos. Segundo o chefe do Setor de Engenharia Clínica do HC-UFMG, Guilherme Pereira Costa, foram adquiridos ventiladores com monitorização/modos ventilatórios avançados, incluindo alça fechada automatizada, monitores hemodinâmicos minimamente invasivos, fibrobroncoscópios, monitores avançados com módulos de eletroencefalografia contínua, equipamentos para realização de hemodiafiltração contínua, além de  ECMO (Oxigenação por Membrana Extracorpórea) para o transplante pulmonar, mas que também estará à disposição desses leitos.

Ensino

De acordo com o coordenador Saulo Saturnino, esse investimento em tecnologia proporcionará a formação de profissionais de saúde aptos a usarem a inovação nos cuidados intensivos de pacientes complexos. “Nossos alunos e residentes serão capacitados para utilizar de forma racional tecnologias de última geração, assim definidas mesmo quando consideramos o padrão internacional de adequação tecnológica em unidades de terapia intensiva”, garantiu.

Excelência

A excelência das Unidades de Terapia Intensiva do HC-UFMG foi certificada com o prêmio Top Peformer Epimed/AMIB, conquistado consecutivamente nos últimos quatro anos. “Esta iniciativa mostra que não nos acomodamos em conquistas passadas, mas sim que a alta gestão mantém uma perspectiva da construção de um futuro de excelência, baseada em insights acionáveis de dados coletados, em adequação dos recursos e em inovação tecnológica”, disse Saulo.

Como próximos passos, a equipe espera colher em breve os frutos de parcerias já iniciadas com o Departamento de Ciência da Computação da UFMG, ancoradas em seu Laboratório de Inteligência Artificial.

Rede Ebserh

O HC-UFMG faz parte da Rede Ebserh desde 2013. Vinculada ao Ministério da Educação (MEC), a Ebserh foi criada em 2011 e, atualmente, administra 45 hospitais universitários federais, apoiando e impulsionando suas atividades por meio de uma gestão de excelência. Como hospitais vinculados a universidades federais, essas unidades têm características específicas: atendem pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS) ao mesmo tempo que apoiam a formação de profissionais de saúde e o desenvolvimento de pesquisas e inovação.