Alunas da UFMG vencem prêmio Jovem talento em avaliação psicológica

As estudantes de Psicologia da UFMG Ana Carolina Cordeiro Alves (9º período) e Ana Luisa Guimarães Xavier (8º período) foram as vencedoras (primeiro e segundo lugar, respectivamente) da primeira edição do Prêmio Jovem talento em avaliação psicológica, realizado durante o 15º Encontro Mineiro em Psicologia, em dezembro de 2024. Com o tema Impacto da inteligência artificial e da genética comportamental na prática da avaliação psicológica, o evento foi organizado pela Sociedade de Avaliação Psicológica de Minas Gerais (Sapsi), cuja gestão tem participação das professoras do Departamento de Psicologia da UFMG Larissa Assunção Rodrigues (secretária) e Carmen Flores-Mendoza (conselheira fiscal).

A avaliação psicológica, como explicam as professoras, é um processo científico e técnico que pode ser realizado apenas por psicólogos e visa compreender aspectos cognitivos, emocionais, comportamentais, sociais e de personalidade de uma pessoa. “Por meio desse processo, busca-se coletar informações que auxiliem na compreensão do indivíduo em um contexto específico, considerando sua singularidade e os fatores ambientais e históricos que influenciam sua vida. Numa avaliação psicológica, utilizam-se métodos e instrumentos como entrevistas, testes padronizados, observações, dinâmicas de grupo e análise de documentos, sempre de forma ética e fundamentada em teorias psicológicas. Geralmente, essa avaliação cumpre a finalidade de fornecer informações úteis para a tomada de decisão em diferentes contextos, seja no âmbito clínico, educacional, organizacional ou jurídico, por exemplo”.

Nessa primeira edição do prêmio, participaram dez candidatos, estudantes do sétimo ao décimo período de graduação em Psicologia, de várias instituições. Eles realizaram uma prova de análise de caso clínico infantojuvenil e foram avaliados de forma anônima, por uma banca de professoras com expertise na área – a coordenadora do programa de pós-graduação em Psicologia da Universidade Federal de São João del-Rei (UFSJ), Mônica Aparecida da Silva, e Karina da Silva Oliveira, da Universidade São Francisco, de São Paulo.

“A premiação destacou o bom desempenho e o compromisso dos estudantes na área de avaliação psicológica, evidenciando o pioneirismo da Sapsi-MG como incentivadora do desenvolvimento acadêmico e profissional de futuros psicólogos. A premiação é uma forma de incentivar e reconhecer o talento de estudantes que se destacam em raciocínio clínico, em um momento em que plataformas virtuais, como o ChatGPT, são cada vez mais utilizadas por alunos, de modo indiscriminado, para obter informações para a apresentação de trabalhos e mesmo para elaborar laudos e relatórios clínicos”, observa Carmem Flores-Mendoza, expondo um campo de preocupação da Sapsi-MG.

Raciocínio indutivo vs. Inteligência artificial

A prova foi construída de forma a demandar raciocínio indutivo dos candidatos. Eles receberam um caso clínico infantojuvenil com diversas informações particulares, como, por exemplo, problemas escolares, sociais e familiares, e resultados brutos em testes psicológicos para que, com base nessas informações, identificassem a posição percentílica do paciente no tocante à inteligência, ao temperamento e às habilidades sociais. Também foi esperado que levantassem uma hipótese diagnóstica com base no DSM-V (classificação do transtorno psicológico/psiquiátrico).

Os candidatos tiveram duas horas para analisar e interpretar o caso, sem uso de quaisquer dispositivos de acesso à internet. Eles puderam utilizar apenas os manuais impressos dos testes (necessários para transformação da pontuação bruta em percentil) e o DSM-V, que possibilita checar os critérios de diagnóstico. “Deve-se registrar que os candidatos não sabiam quais testes seriam informados no caso clínico. Portanto, eles tinham que saber como usar o manual dos testes, assim como saber usar o DSM-V, manual que apresenta mais de 300 categorias diagnósticas e 992 páginas”, destaca Carmem Flores-Mendoza.

Confira a entrevista com as estudantes vencedoras pela Rádio UFMG Educativa.

Com informações de Teresa Sanches para o Portal UFMG

Fonte

Assessoria de Imprensa UFMG